Por: Samuel Gonçalves da Silva
Você sabe o motivo das empresas fecharem suas portas?
Basicamente os motivos para que as empresas encerrem suas atividades estão relacionados ao planejamento, ou melhor dizendo, a falta dele. Vamos aos detalhes.
Para o SEBRAE (2016), os principais motivos para encerramento de atividades das empresas no Brasil são:
- Falta de conhecimento do ramo (36%)
- Falta de planejamento/planejamento inadequado (⅔ do tempo ideal)
- Falta de planejamento junto aos fornecedores (77%)
- Falta de investimento em capacitação de mão de obra e dos sócios (48%)
- Falta de acompanhamento da evolução das receitas e despesas (35%)
- Falta de realização de cursos para melhorar a administração do negócio (66%)
Na prática, além dos fatores indicados pelo SEBRAE, em nossa jornada de mais de 15 anos de Consultoria nos deparamos com diversos outros motivos que levam as empresas e empresários à bancarrota. E dentre eles alguns são:
- Misturar as contas pessoais e da empresa: é muito comum a empresa pagar as contas pessoais dos sócios e de seus familiares gerando, na maioria das vezes, um custo muito maior do que o real para a empresa e um descontrole de gastos.
- Não estabelecimento de salário: o não estabelecimento de salário por parte dos sócios faz, no geral, que o caixa da empresa seja “sugado” além da capacidade da empresa e dessa forma a saúde financeira da mesma vai de mal a pior.
- Privilegiar as questões pessoais: é comum os empresários tirarem dinheiro da empresa mesmo sem o caixa da mesma permitir, para resolver questões pessoais, ou seja, focam nas questões pessoais e esquecem que é a empresa que gera recursos para o sustento da família.
- Não respeitar as leis trabalhistas: as contratações realizadas de forma indevidas não respeitando as regras trabalhistas (recolhimento de impostos, pagamentos de adicionais, ausência de registro, entre outros) podem a médio prazo gerar ações trabalhistas com custos muito elevados.
Como evitar esse problema?
O primeiro passo para evitar tal situação é pensar em planejamento e compreender que a empresa precisa de uma saúde financeira satisfatória para gerar lucro. Apesar de óbvio é importante reforçar que deve entrar muito mais dinheiro no caixa do que sair. Outros pontos são:
- Criar um orçamento anual: o orçamento permite que a empresa tenha nas mãos um planejamento com expectativa de vendas, custos de produção, despesas e investimentos planejados.
- Determinar um salário para os sócios atuantes (com base em suas funções) e estabelecer regras para distribuição dos lucros no final do período. Esse salário deve ser suficiente para que as pessoas mantenham sua vida e esse valor precisa ser respeitado, ou seja, não se deve retirar nada além do salário.
- É necessário ter preços competitivos, porém, respeitando as regras de contratação e impostos trabalhistas. Jamais tire benefícios da equipe para ter preço de venda mais baixo, encontre outras formas de ser competitivos.
- A equipe é o maior bem da empresa, portanto, compreenda que as pessoas se tornam desmotivadas quando percebem que os sócios abandonam e “sangram” a empresa para ter uma vida de luxo.
Obviamente existem outros pontos para serem avaliados, porém, os citados anteriormente já são de grande valia para o ponta pé inicial.
Avalie sempre como anda a saúde financeira de sua empresa, pois só assim poderá garantir um futuro duradouro para ela e para seus membros.